27 de novembro de 2012

Medo de Desencantar


Alice andava triste, cheias de lembranças que insistiam em minar-lhe o coração, resolveu, então, para o namorado, escrever um recado...
“Eu poderia ficar calada e fingir que não me importei com o que você fez de madrugada.
Acordar-me gritando, batendo nas paredes, dizendo que eu não me importava. Sinceramente, isso não é coisa que se faça. Sua atitude deixou-me muito magoada.
Não sei por que volte e meia você tem esses ataques. Seria simples vontade de me deixar assustada ou apenas uma ira descontrolada?
Não seria mais fácil conversar, chegar perto e falar... Creio que seria muito melhor do que esperar o tempo passar – um certo pensamento te controlar – até que uma gota a mais o faça transbordar. Pois uma hora, pode ser que ela acabe por nos sufocar.
Eu, se é que me permite, gostaria apenas de lhe alertar, que dessa forma esse amor, outrora tão lindo, não irá suportar.
Se você quisesse, eu te escutaria, tentaria sempre melhorar. Mas, por favor, não pense que eu vá adivinhar. Minha bola de cristal está quebrada, e não sou eu, quem vai tentar consertá-la.
Desculpe-me pelo desabafo, mas acontece que eu cresci, e já não me sinto mais culpada pelas coisas que não fiz”.
Depois de passar, toda angustia, para o papel, Alice se sentiu aliviada.
Mas, a carta, provavelmente, a Eduardo, ela nunca irá entregar.
E, todo esse sentimento, apenas para si, Alice, irá guardar.

Por Lívia Antunes.


* Semana de Combate à Violência Contra a Mulher – De 25/11 a 03/12 – Participe!

20 de novembro de 2012

Olhares...


Tentei te olhar
Mas não consegui te ver
Teus olhos estavam fixos em outra direção.
E ao seguir o meu caminho
Me perdi do teu
E a cada passo
Ficávamos mais afastados.
Então, fechei os meus olhos.
E na ânsia de te encontrar
Te imaginei aqui comigo.
Sorrindo para mim,
Como costumava ser...
Mas, por algum motivo,
O teu sorriso estava triste
O teu olhar esmaecido...
E por mais que eu quisesse
Não tinha nada que eu pudesse fazer.
Então querendo fugir daquela dor
Os olhos, de súbito, eu abri...
E, para minha surpresa,
Quando me virei...
Lá estava você.
A fitar o meu olhar...
Com uma ternura quase palpável.
Com o coração pronto para amar!

Por Lívia Antunes