8 de julho de 2012

Exemplo de vida


Poucos sabem, mas na semana passada, eu fiz uma ressonância magnética, que mostraria se eu possuo, ou não, uma doença degenerativa.
E, preocupada, pesquisando na internet sobre o exame, os sintomas e as possíveis causas, eu me deparei com um blog, chamado “Esclerose Múltipla e Eu”, onde a autora – Bruna – posta textos contanto o dia-a-dia dela e usando a página como uma espécie de diário.
A Bruna descobriu a EM ainda quando menina, com 14 anos de idade, e nos 12 que se seguiram, aprendeu a conviver com ela, e melhor, aprendeu a viver sem se sentir doente.
Hoje ao pegar o resultado, e descartar essa possibilidade eu agradeci a Deus e pensei...
“Pois é, agora a vida continua, tal como ela é”.
Mas, durante os três dias em que estive na expectativa, fiquei imaginando como seria a minha vida com a EM e também no que eu gostaria de fazer enquanto ela não se alastrasse.
E o curioso é que, com certeza, eu abriria mão da vida que levo hoje (não de tudo, é claro!).
Mas faria o possível para viver de uma forma mais leve.
Optaria por comprar um apartamento na cidade em que eu amo, ficaria mais tempo em casa com as crianças, deixaria o trabalho que hoje eu possuo. Viveria de escrever! Conheceria Paris...
O fato é que a sensação que eu tive, foi de que, mesmo com a doença, eu seria mais feliz...
Pois eu aprenderia a buscar, nos detalhes, a alegria do dia-a-dia – assim como Bruna – que em uma das páginas de seu “diário”, nos conta que o maior momento de felicidade dela, até hoje, foi quando, depois de um surto que paralisou todo o seu corpo, ela conseguiu colocar sozinha uma colher se sopa à boca. E, como ela mesma diz, “passou a dar valor até para um degrau que subia”, ou seja, para as coisas simples do dia-a-dia.
E, sabe, ao ler as palavras dela, eu também passei a dar mais importância para as pequenas coisas, pois percebi que elas são capazes de transformar as nossas vidas. Podendo melhorá-las ou não. Dependendo, tão somente, da forma que a gente as encara.
À Bruna, quero agradecer pelo carinho, aconchego e principalmente pela atitude! Gestos, como o dela, fazem toda a diferença.
Quanto a mim, embora, eu não tenha descoberto, ainda, o que anda tirando o meu sono (há quem diga que é tudo psicológico), vou seguir agora o meu caminho de uma forma mais tranquila. Afinal, a vida não nos dá garantias. E o presente é o melhor momento para vivermos e realizarmos nossos sonhos.
(Lívia Antunes)

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